quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE - capítulo 30




ÚLTIMO CAPÍTULO


30
A FÁBRICA DE CHOCOLATE DE CHARLIE


O imenso elevador de vidro estava pairando bem lá no alto, sobre a cidade. Dentro dele estavam o Sr. Wonka, Vovô José e o pequeno Charlie.
— Como eu adoro a minha fábrica de chocolate! — disse o Sr. Wonka, olhando para baixo. Virou-se para Charlie com expressão muito séria — Você também a adora, não é, Charlie? — perguntou.
— Claro que sim! Acho que é o lugar mais maravilhoso do mundo!
— Fico feliz em ouvir isso — continuou o Sr. Wonka, mais sério ainda. Continuou a encarar Charlie — É verdade. Sinto-me feliz em saber disso e vou explicar por quê.
O Sr. Wonka tombou a cabeça para o lado e as ruguinhas do seu sorriso apareceram nos cantos dos olhos.
— Veja, meu menino, resolvi dar a você esse lugar. Assim que você tiver idade para administrá-la, a fábrica será sua.
Charlie arregalou os olhos. Vovô José abriu a boca, mas não saiu nenhuma palavra.
— É verdade. Estou lhe dando tudo — disse o Sr. Wonka, agora com um sorriso largo — Você aceita, não é?
— Está dando a ele? — gaguejou Vovô José. — O senhor deve estar brincando!
— Não estou. É a pura verdade.
— Mas... mas por que iria dar a fábrica ao meu Charlie?
— Escute — replicou o Sr. Wonka — já sou um homem velho. Muito mais velho do que vocês imaginam. Não vou viver para sempre. Não tenho filhos nem família. Quem vai tomar conta da fábrica quando eu não conseguir mais fazê-lo? Alguém tem que mantê-la, nem que seja só pelos umpa-lumpas. É claro que há milhares de homens inteligentes que dariam tudo para ficar com a fábrica, mas não quero esse tipo de pessoa. Não quero um adulto, que não me escutaria, não aprenderia nada e iria fazer as coisas do jeito dele e não do meu. Prefiro uma criança. Uma criança boa, sensata, carinhosa, a quem eu possa contar todos os meus segredos mais doces e preciosos, enquanto ainda estiver vivo.
— Então foi por isso que soltou os Cupons Dourados? — perguntou Charlie.
— Exatamente! — disse o Sr. Wonka — Resolvi convidar cinco crianças para virem à fábrica e aquela de quem eu gostasse mais no fim do dia seria a vencedora!
— Mas, Sr. Wonka — gaguejou o velho José — quer dizer que o senhor está dando mesmo esta fábrica enorme ao Charlie? Afinal de contas...
— Não há tempo para discussão! — gritou o Sr. Wonka — Precisamos buscar o resto da família imediatamente. O pai de Charlie, a mãe, e quem estiver por perto. Todos podem morar na fábrica de agora em diante. Todos podem ajudar o Charlie até ele crescer o bastante para conseguir administrar a fábrica sozinho. Onde é que você mora, Charlie?
Charlie olhou pelo vidro as casas cobertas de neve.
— Ali. Aquela casinha bem no fim da cidade, aquela bem pequena!
— Estou vendo — disse o Sr. Wonka. Apertou mais alguns botões e o elevador foi indo em direção à casa de Charlie.
— Acho que minha mãe não virá conosco — disse Charlie, triste.
— Por que não?
— Porque ela não vai deixar a Vovó Josefina, a Vovó Jorgina e o Vovô Jorge.
— Mas eles têm que vir também.
— Não podem — disse Charlie — Eles são muito velhos e não saem da cama há vinte anos.
— Trazemos a cama junto — disse o Sr. Wonka — Neste elevador cabe muito bem uma cama.
— Não dá para tirar aquela cama de casa. Não passa pela porta — informou Vovô José.
— Não desanimem! Nada é impossível. Fiquem olhando.
O elevador estava sobre o telhado da casinha dos Bucket.
— O que pretende fazer agora? — perguntou Charlie.
— Vou buscá-los — disse o Sr. Wonka.
— Como? — perguntou Vovô José.
— Pelo telhado — disse o Sr. Wonka, apertando outro botão.
— Não! — gritou Charlie.
— Pare! — gritou Vovô José.
CRASH!
O elevador atravessou o telhado e entrou no quarto dos velhos. Um montão de pó, telhas quebradas, pedaços de madeira, baratas, aranhas, tijolos e cimento choveu sobre os três velhos que estavam na cama, e todos pensaram que fosse o fim do mundo. Vovó Jorgina desmaiou, Vovó Josefina deixou cair a dentadura, Vovô Jorge enfiou a cabeça debaixo do cobertor, e o Sr. e a Sra. Bucket vieram correndo da sala.
— Socorro! — gritou Vovó Josefina.
— Calma, minha mulherzinha querida. Somos nós — disse o Vovô José, saindo do elevador.
— Mamãe! — gritou Charlie, caindo nos braços da Sra. Bucket — Mamãe, mamãe! Veja o que aconteceu! Vamos todos morar na fábrica do Sr. Wonka e ajudá-lo a tomar conta dela e ele me deu tudo e... e... e...
— Que história mais maluca é essa? — perguntou a Sra. Bucket.
— Olhe só a nossa casa! Está em ruínas! Acabou! — disse o Sr. Bucket.
— Meu senhor — disse o Sr. Wonka, dando um passo à frente e apertando a mão do Sr. Bucket — Estou muito feliz por conhecê-lo! Não se preocupe com a casa. De agora em diante não irão precisar dela, mesmo.
— Quem é esse velho maluco? — gritou a Vovó Josefina — Podia ter matado todos nós.
— É o Sr. Wonka em pessoa — disse Vovô José.
Levou um bom tempo para o Vovô José e Charlie explicarem a todo mundo exatamente o que havia acontecido naquele dia. Mesmo assim todos se recusaram a ir para a fábrica no elevador.
— Prefiro morrer na minha cama! — berrou a Vovó Josefina.
— Eu também! — concordou a Vovó Jorgina.
— Eu me recuso a ir! — anunciou o Vovô Jorge.
O Sr. Wonka, Vovô José e Charlie, sem dar atenção à gritaria, enfiaram a cama no elevador. Puxaram o Sr. e a Sra. Bucket para dentro e entraram também. O Sr. Wonka apertou um botão. As portas se fecharam. Vovó Jorgina deu um berro. O elevador foi subindo, passou pelo buraco do teto e entrou no céu azul.
Charlie subiu na cama e tentou acalmar os três velhos, petrificados de medo.
— Por favor, não se assustem. É muito seguro! Estamos indo para o lugar mais bonito do mundo!
— Charlie está certo — disse Vovô José.
— Vamos ter o que comer? — perguntou Vovó Josefina — Estou morta de fome. A família inteira está morrendo de fome!
— O que comer? — disse Charlie, rindo — Esperem só para ver!
  




FIM!








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Frase CuriosaErrar é humano. Colocar a culpa em alguém é estratégico.

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