domingo, 20 de novembro de 2011

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE - capítulo 7




7
O ANIVERSÁRIO DE CHARLIE


— Feliz aniversário! — exclamaram os quatro avós, assim que Charlie entrou no quarto deles na manhã seguinte.
Charlie deu um sorrisinho nervoso e sentou na beirada da cama. Estava segurando seu presente, seu único presente, com muito carinho com as duas mãos. Na embalagem estava escrito: DELÍCIA CROCANTE WONKA.
Os quatro velhinhos, dois de cada lado da cama, se emprumaram e ficaram olhando ansiosos para o tablete de chocolate que estava nas mãos de Charlie.
O Sr. e a Sra. Bucket entraram e ficaram ao pé da cama, olhando para Charlie.
O quarto ficou em silêncio. Todos estavam esperando Charlie abrir o presente. Charlie estava com os olhos pregados no tablete de chocolate. Devagarinho, ia correndo os dedos por trás e pelos lados do chocolate, alisando-o com carinho e enchendo o quarto com o barulhinho estalado do papel brilhante.
Então a Sra. Bucket disse suavemente:
— Não fique muito desapontado, meu filho, se não achar o que está procurando. Você não pode esperar ser tão sortudo assim.
— Ela tem razão — concordou o Sr. Bucket.
Charlie não disse uma palavra.
— Além do mais — acrescentou Vovó Josefina — no mundo inteiro só faltam três cupons para serem encontrados.
Vovó Jorgina emendou:
— E não se esqueça de que, seja como for, você ainda tem o tablete de chocolate.
— Delícia Crocante Wonka — exclamou Vovô Jorge — É o melhor chocolate do mundo! Você vai adorar!
— Claro — Charlie balbuciou — eu sei.
— Vamos, esqueça esses Cupons Dourados e aproveite o chocolate — disse Vovô José — Por que você não faz isso?
Todos sabiam que era ridículo esperar que naquela simples e única barrinha de chocolate fosse aparecer um cupom mágico e estavam tentando, com o maior carinho e delicadeza possível, preparar Charlie para a decepção. Mas também sabiam de outra coisa: por menor que fosse a chance de encontrar o cupom, ela existia e estava diante deles.
Aquele tabletinho de chocolate tinha tanta chance de conter o Cupom Dourado quanto qualquer outro. E por isso os avós e os pais estavam tão ansiosos quanto Charlie, embora fingissem estar muito calmos e tranqüilos.
— É melhor você abrir logo esse chocolate, senão vai chegar atrasado na escola — recomendou Vovô José.


  
— É melhor acabar logo com essa história — apressou o Vovô Jorge.
— Abra, querido — Vovó Jorgina pediu — Por favor, abra depressa. Você está me deixando nervosa.
Devagarinho, os dedos de Charlie começaram a desdobrar uma beiradinha do papel. Os velhinhos na cama inclinaram-se para a frente, estendendo o pescoço enrugado.
Então, de repente, não agüentando mais aquele suspense, Charlie rasgou o papel bem no meio... e no seu colo caiu... uma cremosa barra de chocolate marrom.
Nem sinal do Cupom Dourado.
— Bem, é isso aí! — disse animado Vovô José — Exatamente o que a gente estava esperando.
Charlie levantou os olhos. Da cama, quatro rostos carinhosos olhavam fixamente para ele. Sorriu para eles, um risinho triste, balançou os ombros, pegou o chocolate, ofereceu para sua mãe e disse:
— Pegue um pedacinho, mamãe. Vamos dividir. Quero que todos experimentem.
— De jeito nenhum — disse sua mãe.
E todos os outros exclamaram:
— Não, não! Nem pensar! É todo seu!
Por favor — implorou Charlie, oferecendo o chocolate para Vovô José.
Mas nem ele nem ninguém aceitou sequer uma mordidinha.
— Hora de ir para a escola, filho — disse a Sra. Bucket, abraçando os ombros magrinhos de Charlie — Vamos, senão você vai chegar atrasado.




continua...








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Frase CuriosaErrar é humano. Colocar a culpa em alguém é estratégico.

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